sábado, 17 de setembro de 2011

A Sociologia da Educação


  • O debate neste sábado, 03/08/2011, ocorreu sobre a Nova Sociologia da Educação cujo centro da análise é o currículo escolar e o processo de produção do conhecimento escolar. Os questionamentos propostos pelo autor Tomaz Tadeu da Silva são sobre a estratificação do conhecimento escolar e a necessidade de desnaturalização do currículo. Segundo o autor não temos uma tradição no Brasil de estudos sobre o currículo ocorrendo uma centralidade do conhecimento escolar nos estudos sociológicos. (SILVA, 1990). Em outro artigo sobre a produção social da identidade e da diferença, Silva propõe um debate sobre uma pedagogia e um currículo centrados não na diversidade mas na diferença concebida como processo e não de forma essencialista. Utiliza-se para isso de autores do pós-estruturalismo como Jacques Derrida que problematizam a própria língua. Partindo do pressuposto que esta não é isenta de relações de poder. De acordo com Silva(2000, p.97) “Como tudo isso se traduziria em termos de currículo e pedagogia? O outro cultural é sempre um problema, pois coloca permanentemente em xeque nossa própria identidade. A questão da identidade, da diferença e do outro é um problema social ao mesmo tempo que é um problema pedagógico e curricular. É um problema social porque, em um mundo heterogêneo, o encontro com o outro, com o estranho, com o diferente, é inevitável”. Ana Caroline Amorim Oliveira

A Sociologia da Educação entre o funcionalismo e o pós-modernismo: os temas e os problemas de uma tradição-Tomaz Tadeu da Silva

  • A produção social da identidade e da diferença- Tomaz Tadeu da Silva
  • Questionamento do autor: Como se configuraria uma pedagogia e um currículo que estivessem centrados não na diversidade, mas na diferença, concebida como processo, uma pedagogia e um currículo que não se limitassem a celebrar a identidade e a diferença, mas que buscassem problematizá-las? É para questões como essas que se volta o presente ensaio.

  • Pedagogia como diferença

  • O problema central, aqui, é que esta abordagem simplesmente deixa de questionar as relações de poder e os processos de diferenciação que, antes que tudo, produzem a identidade e a diferença. Em geral, o resultado é a produção de novas dicotomias, como a do dominante tolerante e do dominado tolerado ou a da identidade hegemônica mas benevolente e da identidade subalterna mas "respeitada".
  • Nessa abordagem, a pedagogia e o currículo tratariam a identidade e a diferença como questões de política. Em seu centro, estaria uma discussão da identidade e da diferença como produção. A pergunta crucial a guiar o planejamento de um currículo e de uma pedagogia da diferença seria: como a identidade e a diferença são produzidas? Quais são os mecanismos e as instituições que estão ativamente envolvidos na criação da identidade e de sua fixação?
  • Uma política pedagógica e curricular da identidade e da diferença tem a obrigação de ir além das benevolentes declarações de boa vontade para com a diferença.
  • Ela tem que colocar no seu centro uma teoria que permita não simplesmente reconhecer e celebrar a diferença e a identidade, mas questioná-las. A multiplicidade estende e multiplica, prolifera, dissemina. A diversidade é um dado - da natureza ou da cultura. A multiplicidade é um movimento. A diversidade reafirma o idêntico. A multiplicidade estimula a diferença que se recusa a se fundir com o idêntico.

Nenhum comentário:

Postar um comentário